O CENÁRIO DE DEPENDÊNCIA E CONIVÊNCIA DO BRASIL: ANÁLISE CRÍTICA DA SITUAÇÃO ATUAL

Posted on 7 de setembro de 2023

Os sentimentos libertários levaram à Inconfidência Mineira. Existia ali uma insatisfação generalizada com os altos impostos cobrados pela metrópole portuguesa, além das restrições comerciais e da exploração dos recursos minerais de Minas Gerais, principalmente o ouro, sem que os lucros fossem revertidos para a própria região.

Além disso, os ideais do Iluminismo e da independência norte-americana e francesa influenciaram os inconfidentes, que almejaram a liberação do Brasil do domínio português. A ideia de uma república democrática e igualitária estava presente nas discussões dos Inconfidentes.

No entanto, o movimento foi descoberto pelas autoridades portuguesas após a denúncia de um dos inconfidentes, Joaquim Silvério dos Reis, a Coroa Portuguesa agiu rapidamente e fez diversas prisões. O líder Tiradentes, foi condenado à morte e executado em 1792. Os demais inconfidentes enfrentaram penas de prisão, degredo ou morte, e alguns foram perdoados posteriormente.

Apesar do fracasso em sua tentativa de independência, o movimento foi uma das primeiras manifestações de resistência ao domínio português e serviu de inspiração para outros levantes. O episódio marcou a figura de Tiradentes que se tornou símbolo de luta pela liberdade e justiça no país e contribuiu para o despertar de um sentimento nacionalista, e o desejo de construir um país livre e independente.

A Independência do Brasil não aconteceu repentinamente, e o que muitos cidadãos não sabem é que ela também não ocorreu naquela manhã do dia 07 de setembro 1822, com o grito de Dom Pedro I, o fato envolve uma gama de desdobramentos e controvérsias.

A Independência do Brasil foi um processo complexo, marcado por diversas etapas e controvérsias. Ela não ocorreu em um único momento, como popularmente se acredita, mas sim ao longo de vários anos, e teve influência de acontecimentos tanto no Brasil quanto em Portugal. É importante conhecer e valorizar a história desse marco importante para a nossa nação.

O Brasil passava por um período de crescimento econômico e as elites locais queriam maior participação nas decisões políticas e econômicas. Esse desejo de autonomia foi ampliado pela presença da família real portuguesa no Brasil, que incentivou a formação de instituições e a valorização da identidade brasileira.

Além disso, a independência brasileira foi marcada por uma série de conflitos internos e lutas regionais. Houve conflitos entre os defensores da centralização do poder e os que defendiam maior autonomia para as províncias. Também houve uma guerra de independência da Bahia, que durou de 1822 a 1823 e foi uma importante batalha para garantir a independência do país.

Durante os anos seguintes, ocorreram diversos movimentos políticos e sociais que desenvolveram para a emancipação brasileira. Um dos principais foi a Revolução Liberal do Porto, que ocorreu em Portugal em 1820 e teve como objetivo restaurar a Constituição Portuguesa de 1822, que havia sido suspensa por uma junta militar conservadora. Isso gerou um ambiente favorável ao movimento pela independência no Brasil.

A independência só foi confirmada em 1825, com a assinatura do Tratado do Rio de Janeiro entre Portugal e Brasil.

No dia 9 de janeiro de 1822, o presidente do Senado e da Câmara, José Clemente Pereira, pronunciou um discurso eloquente. Pediu ao príncipe regente, dom Pedro de Alcântara, que ignora o chamado da metrópole, exigindo seu regresso a Lisboa, e ficasse no Brasil. Agia de acordo com dois manifestos lançados em dezembro do ano anterior. Um deles tinha a assinatura de José Bonifácio, um dos maiores expoentes da vida política da colônia. O outro, do frei Francisco de Jesus Sampaio.

Para alguns historiadores, o Dia do Fico é um dos dados em que a Independência pode ter sido “declarada”. Outros dias possíveis são: 12 de outubro, data da Aclamação de Dom Pedro I como Imperador do Brasil ou 1º de dezembro, dia da sua coroação no Rio de Janeiro.

Nesse contexto, o Dia do Fico é considerado um marco importante, pois simboliza a resistência de dom Pedro I em permanência no Brasil e sua vontade de lutar pela independência. A decisão de ignorar o chamado da metrópole e ficar no país foi um passo fundamental para desencadear o processo de independência.

Em termos políticos, a independência do Brasil foi um marco importante, pois colocou fim à administração colonial e distribuiu o país como uma nação soberana. Com a independência, o Brasil pôde estabelecer a sua própria forma de governo, tendo como primeiro imperador Dom Pedro I e, posteriormente, uma monarquia constitucional com a promulgação da Constituição de 1824. Mais tarde, em 1889, a nação se tornaria uma república.

No âmbito econômico, a independência do Brasil buscou o desenvolvimento independente de Portugal. O país passou a definir as suas próprias políticas comerciais e industriais, além de controlar os seus recursos naturais. Isso impulsionou a economia brasileira, principalmente na produção e exportação de produtos como café, açúcar, borracha e minerais.

Embora a independência signifique o fim da dominação colonial portuguesa, ela não significou automaticamente a igualdade para todos os brasileiros. A emancipação dos escravos por exemplo só ocorreria em 1888, quase 70 anos após a declaração de independência.

Existem desigualdades sociais e econômicas no Brasil, por exemplo, políticas econômicas que beneficiam grandes empresas em detrimento dos pequenos empreendedores ou da classe trabalhadora que podem ser consideradas como favorecimento das elites.

Além disso, a influência de interesses internacionais também pode ser percebida em algumas áreas, como no setor financeiro e na exploração de recursos naturais, nem sempre esses interesses são positivos para a maioria da população.

No entanto, é importante ressaltar que o Brasil é um país democrático, onde a população tem a oportunidade de participar do processo político e manifestar suas opiniões. Por meio do voto, da mobilização social e da participação em movimentos e organizações da sociedade civil, a população tem a possibilidade de lutar por seus interesses e direitos.

Embora se possa argumentar que os interesses das elites nacionais e internacionais muitas vezes ganham espaço em detrimento dos grandes interesses da população no Brasil, é fundamental reconhecer que o país é politicamente independente e que existem formas de participação e mobilização para combater essas desigualdades e buscar um país mais justo e igualitário.

A ideia de uma “máquina estatal” inchada e improdutiva está relacionada com a percepção de que o governo gasta muito em burocracia e cargos públicos desnecessários. Muitos argumentam que esse excesso de gastos acaba impactando os níveis de equilíbrio na destinação dos recursos arrecadados.

É importante ressaltar que o aumento dos impostos deve ser justificado e os recursos devem ser destinados de forma equilibrada para atender às verdadeiras necessidades da sociedade. Quando ocorrem as excrescências do poder, há um reflexo direto na qualidade dos serviços públicos oferecidos e no bem-estar da população.

A independência ainda não ocorreu de forma plena, falta ao povo brasileiro tornar-se Independente da corrupção, esse mau que carregamos desde os tempos da descoberta do país, sem o que, nunca seremos independentes.


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