INFLAÇÃO E DEFLAÇÃO: QUAIS SÃO AS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS PARA A ECONOMIA?

Posted on 17 de agosto de 2022

Entender o que é inflação ou deflação e como elas impactam o dia a dia das pessoas ajudará a ter uma melhor percepção do cenário econômico do país.

Inflação é um conceito econômico que representa o aumento de preços de produtos e serviços. Apesar disso, as definições desse conceito são discutíveis, visto que alguns economistas dizem que a definição correta seria o aumento da oferta monetária.

Os economistas acreditam que a inflação muito alta e a hiperinflação, têm efeitos perturbadores na economia real, são causadas pelo crescimento excessivo persistente da oferta monetária. A inflação baixa ou moderada pode ser atribuída a flutuações na demanda real por bens e serviços.

Índices moderados afetam as economias de maneira positiva e negativa. Os efeitos negativos incluem um aumento no custo de oportunidade de reter moeda, incerteza sobre a inflação futura que pode desencorajar o investimento e a poupança e, se a inflação for rápida o suficiente, a escassez de bens à medida que os consumidores começam a acumular com a preocupação de que os preços aumentem no futuro. Já os efeitos positivos incluem a redução do desemprego devido à rigidez nominal dos salários, o que permite aos bancos centrais maior liberdade na condução da política monetária, incentivando empréstimos e investimentos em vez de entesouramento de dinheiro e evitando as ineficiências associadas à deflação.

Nesse mesmo contexto, a deflação acontece com a baixa generalizada dos preços de uma economia em determinado período. A deflação pode acontecer de maneira pontual, normalmente em um mês, ou pode se repetir durante meses ou até anos. Uma queda de preços que ocorre de maneira contínua, é indicação de que existe uma tendência dos consumidores a pouparem.

A inflação e a deflação são observadas pela análise de um índice de preços para a economia em certo período. Quando o resultado do índice é maior que o do período anterior, houve um aumento percentual que se traduziu em uma inflação. Do contrário, o percentual negativo é uma deflação.

A medida comum de inflação ou deflação é a variação percentual anualizada de um índice de preço geral (IPC). Para medir a inflação ou deflação de um país, ou ainda de algum conjunto de bens e serviços inseridos em determinado setor, alguns índices são utilizados para estudo. Com isso, é possível realizar comparações periódicas e observar se a inflação está acelerando ou se arrefecendo.

A inflação ou deflação oficial no Brasil é medida pelo índice IPCA, que mostra o custo médio de vida das famílias com renda mensal entre um a 40 salários-mínimos. Alguns outros índices são utilizados, tais como: Índices Nacional de Preços ao Consumidor (INPC); Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI); Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M); Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC – S); Índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo (IPC-Fipe); Índice de Preços no Varejo (IPV).

​​​ Vamos refletir: … Segundo o site do Banco Central do Brasil (BCB), outras razões que podem levar ao aumento da inflação são: pressão de demanda, inércia inflacionária e pressão de custos – Alta do custo de produção – a elevação dos preços da mão de obra, da energia elétrica e dos combustíveis, por exemplo, torna o custo de produção maior, o que reflete no preço pago pelo consumidor – Demanda maior que oferta – quando a procura por um produto é maior que a oferta, seu preço tende a aumentar – Gastos do Governo são maiores que arrecadações – quando o Governo gasta mais do que arrecada, é preciso produzir mais dinheiro (papel moeda) para que as contas sejam pagas.

Além da desvalorização da moeda e a alta dos preços de bens e serviços, a inflação gera, mais alguns prejuízos à sociedade: Alta do dólar e elevação dos preços em importações – enquanto a moeda de um país perde valor. Com isso, o preço dos produtos importados aumenta, contribuindo ainda mais para o crescimento dos índices de inflação.

A inflação muito elevada é um sinal de fragilidade da economia, provocando a redução dos investimentos internacionais, sobretudo de médio e longo prazos. Além de causar o desinteresse do mercado internacional, a inflação alta também impede que as companhias nacionais invistam no setor produtivo da economia, preferindo investir em aplicações bancárias, para que haja correção monetária e o seu capital seja protegido da instabilidade do mercado financeiro. 

O aumento da taxa de juros é uma medida adotada por alguns governos no intuito de conter a inflação. A ideia é elevar os juros para desestimular a população ao consumo de bens e serviço, obrigando o mercado a baixar os preços.

Na maioria dos países, a inflação é controlada pelos bancos centrais por meio de metas a serem alcançadas dentro do período anual.

Os valores adotados para controlar a inflação variam entre os 2% e 3% a.a. São consideradas medidas em que o poder de compra não é reduzido por altas inflações, nem a economia é perturbada pela deflação.

Pensando estrategicamente: … com a alta dessas taxas, o comércio de bens duráveis (imóveis, automóveis, eletrônicos) é prejudicado e os investimentos no setor produtivo também diminuem.

Por consequência, a inflação acaba gerando um cenário de incertezas na economia, assim como desestimula que novos investimentos sejam realizados. Na prática, isso traz dificuldades para o crescimento econômico do país. Com a inflação avançando, os preços relativos de produtos e serviços acabam distorcidos, dificultando observar se eles estão realmente caros ou baratos. Outro efeito da alta dos índices inflacionários pode ser o crescimento da dívida pública, cenário bastante prejudicial para o país na visão internacional.


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