O IMPACTO ECONÔMICO DAS EMPRESAS FAMILIARES NO BRASIL
Posted on 17 de fevereiro de 2022
As empresas familiares, em diversos setores, representam um significativo papel na economia mundial, chegando a se tornarem líderes mundiais em seus setores de atuação.
No Brasil, parte da história da econômica do país foi escrita por empresas familiares que nasceram do esforço pessoal de homens, mulheres e filhos que trabalharam para transformá-las em companhias de padrão mundial. Nesse contexto, objetivando conhecer historicamente o surgimento das empresas familiares no mundo bem como sua participação na vida econômica de países industrializados e em desenvolvimento, foram realizadas pesquisas que demostram essa realidade.
Os atuais dilemas de sucessão que, no contexto da globalização, afligem até mesmo pequenas e médias empresas familiares, há alguns anos, principalmente, após crises financeiras que envolveram várias e grandes companhias, tem-se observado uma vontade crescente, por parte de políticos, pesquisadores, economistas e administradores, de ampliar os estudos nas organizações familiares, objetivando verificar o impacto econômico destas empresas, além de avaliar, de maneira minuciosa, o modelo de negócio por elas adotado.
No decorrer do tempo, vêm surgindo relatórios, gráficos com resultados que atestam a performance das entidades familiares, comparando-as com outras não administradas por famílias, durante os altos e baixos da economia. De acordo com esses resultados, soma-se a esse aspecto o fato de que muitas e respeitadas instituições acadêmicas da área da administração incluíram em sua grade curricular disciplinas sobre entidades familiares. Com isso, atualmente, observa-se uma maior confiança em relação à performance das organizações familiares, fazendo com que elas saiam dos bastidores.
Um levantamento realizado pelo Encontro de Empresas familiares (ENEF) apontou dados indicadores da representatividade das companhias familiares brasileiras, por exemplo, o PIB de 40%, gerado por elas. Segundo o Conselho Regional de Administração do Rio Grande do Sul (CRA-RS), essas entidades, com um vínculo de laços afetivos e de sangue, permitem um maior apoio emocional e estratégico para os empreendimentos.
De acordo com Zanatto e Giliol, as entidades familiares são de extrema importância para as economias regionais onde estão instaladas, visto que são geradoras de empregos e, em consequência, contribuem para o crescimento do PIB local. No entanto, assim como as outras companhias, as entidades familiares detêm não só vantagens mas também desvantagens.
Segundo o CRA-RS, o índice de desativação desse tipo de empresa no Brasil é bastante alto. De acordo com os administradores, caso os proprietários das companhias familiares não tenham conduta de atuação ativa, visando o desenvolvimento, a neutralização de dilemas, o crescimento e a continuidade, é possível que o resultado seja bastante desfavorável.
Em contrapartida, as oportunidades que as companhias familiares oferecem podem ser utilizadas pelos acadêmicos de cursos de gestão, como Administração de Empresas, Ciências Econômicas, Ciências Contábeis, Marketing, dentre outros, para que possam desenvolver competências técnicas, práticas, comportamentais e de liderança, ainda que esses não tenham pretensão ou nem estejam atuando em organizações familiares. Todavia, sabe-se que os estudantes desses cursos procuram oportunidades nessas companhias, pois já as consideram expressivas no mercado de trabalho.
Em um levantamento, realizado pelo CRA-RS (2018), publicado recentemente, apontou as cinco maiores companhias familiares do Brasil, quais sejam: 1. Companhia Itaú Unibanco: administrada pelas famílias Setúbal e Moreira Sales; 2. Companhia JBS: administrada pela família Batista; 3. Companhia Odebrecht: administrada pelas famílias Odebrecht e Gradin; 4. Companhia Metalúrgica Gerdau: administrada pelas famílias Gerdau Johannpeter e 5. Companhia Votorantim: administrada pela família Moraes.
Vamos refletir: Atualmente, dentre as empresas que se destacam no Brasil e no Mundo, as empresas familiares representam um número expressivo, atuando em diversos setores, mostrando que podem ser modernas e competitivas, com a presença de familiares em seu controle acionário ou em sua gestão operacional.
A economia de grande parte do mundo capitalista está alicerçada nessas organizações. Estabelecer essa representatividade contribui para o aprimoramento de políticas públicas, no que se refere ao empreendedorismo e ao sistema de produção doméstico, sem contudo ignorar outras variáveis relacionadas ao capitalismo.
No Brasil não ocorre de forma diferente. Quando se estuda o passado do país, observa-se que a história da economia brasileira foi escrita com base nesse modelo de negócio. Grandes indústrias que nasceram das necessidades regionais, somadas ao esforço pessoal de homens, mulheres e filhos, são companhias de padrão e reconhecimento mundial, atualmente.
Segundo dados do Sebrae (2017), atualmente, mais de 80% das empresas brasileiras são familiares. Companhias de todos os portes, predominando as pequenas e micros, que são responsáveis por 60% dos empregos formais no Brasil.
Pensando estrategicamente: Com base nesses dados, pode-se compreender o quanto as organizações familiares são importantes para a manutenção de uma economia estável no país bem como reconhecer a necessidade da manutenção desse alto nível de geração de empregos e de mobilidade econômica.
A manutenção dessas empresas e os investimentos em incentivos públicos podem contribuir para a reestruturação do quadro de desemprego no país. Portanto, para garantir a perenidade desse modelo de negócio, é fundamental pensar a respeito do aperfeiçoamento técnico da gestão dessas empresas e, principalmente, do investimento em políticas públicas que sejam suportes para elas.
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