Estados Unidos X China: quem vencerá esse Round?

Posted on 13 de agosto de 2020

A China e os Estados Unidos protagonizam-se como os maiores parceiros comerciais mútuos da atualidade mundial. Os Estados Unidos e a República Popular da China normalmente não são nem aliados e nem inimigos; o governo dos Estados Unidos e suas instituições militares não consideram a China como um adversário, mas como um concorrente em algumas áreas e um parceiro em outras.

Após ter sido convertida à economia de mercado, a velocidade de seu desenvolvimento a China preocupa os dirigentes norte-americanos. Eles se empenham agora em esmagar uma concorrente que surgiu mais rápido do que imaginavam e que ameaça sua posição de superpotência hegemônica.

A China posiciona-se também como o maior credor externo dos Estados Unidos onde destaca uma dívida de aproximadamente US$1,2 trilhões. O relacionamento sino-americano é classificado por lideranças e estudiosos mundiais como sendo a relação bilateral mais importante do mundo no Século XXI.

Durante as eleições em 2016, Trump proferiu um importante discurso anunciando o programa econômico e comercial internacional que aplicaria caso fosse eleito. Em sua proposta, anunciou que retiraria os Estados Unidos do TPP, renegociaria o Nafta, sancionaria a China – que considerava manipular o mercado de divisas – e tomaria medidas legais contra suas práticas comerciais “desleais”, aplicaria tarifas sobre as importações provenientes desse país e usaria todos os poderes presidenciais legítimos para resolver disputas comerciais bilaterais com a China.

Na ocasião, se acidentalmente chegasse ao poder, provavelmente seria trazido à razão pelo Tesouro dos Estados Unidos e à preservação do “mercado livre” global. As instituições de governança econômica e de segurança construídas pelos Estados Unidos. A voz dos segmentos mais internacionalizados do capitalismo norte-americano prevaleceria.

Vamos refletir: … o momento nos mostra que será ingênuo pensar que a China cederá à pressão. “A China está pronta para uma batalha comercial de longo prazo com os Estados Unidos. Comparada ao passado, quando os Estados Unidos começaram a guerra comercial, a opinião pública chinesa é mais favorável a que o governo tome contramedidas severas. Em ambos os lados, a busca pelo poder parece vir antes da busca pelo resultado. As interações entre o nacionalismo norte-americano e o nacionalismo chinês podem pôr fim à globalização como a conhecemos hoje.

A pandemia pegou grande parte da comunidade internacional de surpresa, mas, mesmo diante desse momento delicado, é necessário reagir rapidamente para tentar diminuir todos os impactos. Assim, a República Popular da China (RPC) tem revelado grande capacidade de inovação e de utilização de inteligência artificial em massa, voltados para os setores de saúde e do sistema produtivo industrial, a ponto de suprir, não só as demandas nacionais, como internacionais, de dispositivos para a contenção do vírus. Além disso, a potência tem cooperado socialmente em larga escala, em função das ajudas humanitárias, do papel de liderança asiático e mundial e do apoio à Organização Mundial da Saúde.

Por outro lado, a crise de coronavírus nos Estados Unidos tem acentuado ainda mais a dependência nacional de importações, por meio da compra massiva de materiais chineses, especialmente de máscaras de proteção e de respiradores. Ademais, a tardia reação do país ao vírus, provocaram um rápido crescimento dos infectados e uma superlotação dos hospitais com uma demanda tão grande de pacientes.

Pensando estrategicamente: … as previsões acerca do impacto econômico da pandemia já se comparam à crise de 1929. Nesse sentido, o Fundo Monetário Internacional estima que, neste ano, a economia global irá encolher 3% e a estadunidense 9,1%. De outra forma, a instituição prevê que o PIB da China crescerá 1,2%, o menor percentual em décadas, mas ainda extremamente vantajoso diante do cenário de recessão econômica global. Ainda, é esperada uma forte recuperação em 2021, tendo a China como líder dessa restauração do sistema financeiro mundial.

A atuação chinesa diante da pandemia de coronavírus, aliada ao crescimento da sua economia e provável participação do país na recuperação global, aumenta largamente a área de influência da potência e abre margem para o início de um novo ciclo com maior protagonismo do país asiático.

Contudo, não se pode subestimar a capacidade americana de resiliência e de financiamento na recuperação de crises. A exemplo da crise financeira de 2008, embora ela tenha surgido nos Estados Unidos, as consequências foram muito mais sentidas nos demais países do que pelos Estados Unidos, que, por outro lado, teve uma rápida recuperação e instaurou uma progressiva tendência de recentralização e valorização de sua moeda: o dólar.

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