Contrariando a lógica: Setores da economia que crescem na pandemia

Posted on 10 de agosto de 2020

Com a necessidade de isolamento social, resultante das medidas para o combate à doença coronavírus, diversas empresas veem seu faturamento despencar e percebem sua sobrevivência ameaçada. Na outra face dessa moeda, segmentos que oferecem produtos e serviços necessários durante esse período atípico registram crescimento acelerado.

Não obstante a tudo isso, algumas tendências que já vinham se consolidando antes da crise, como o aumento de pedidos por delivery a partir da comodidade trazida por aplicativos, têm registrado evolução significativa de seus números: sem poder frequentar restaurantes, os clientes encontram a alternativa de pedir em casa seus pratos preferidos, entre outros serviços disponibilizados pelas empresas de entrega.

Seguindo essa mesma tendência, produtos e serviços relacionados ao teletrabalho que já vinha em ascensão repentinamente, foi alçado ao patamar de “a bola da vez”. Assim como os aplicativos de delivery e a migração para o home office, que já se mostravam como tendência antes da crise.

O presencial não morre, mas deixa de ser obrigação. Isso vai aumentar a velocidade de evolução das tecnologias de videoconferência e provavelmente com adoção mais rápida de VR/AR, criando ambientes cada vez mais próximos do escritório real. O local de trabalho passa a ser onde a pessoa está e não em um prédio com endereço fixo.

Outro segmento que experimenta aumento em suas atividades durante a pandemia é o de cursos online. As plataformas que aliam educação e entretenimento registram crescimento exponencial. 

Minha percepção é de que essa tendência não é passageira. Estamos falando de um novo contexto nas relações comerciais. No momento em que há uma quebra de paradigmas e barreiras para usar o serviço de delivery, percebe-se o quanto são mais práticos. Meu entendimento é que a crise provocada pela pandemia trará profunda reestruturação no ambiente sociopolítico e econômico – depois que tudo passar, nada será como antes. Hoje, as empresas estão investindo todos os esforços na sua sobrevivência. Quando a vida das pessoas está em risco, o instinto de sobrevivência prevalece sobre a solidariedade, isso vale também para as empresas.

Do lado do emprego, a reação foi imediata, muitas empresas começaram a rescindir contratos temporários. Em alguns países contabilizam-se dezenas de milhares de solicitações de suspensão de empregos temporários. A ordem foi cortar gasto fixo imediatamente, quando as previsões ainda falavam que a interrupção de atividade seria de somente algumas semanas. No Brasil, os sinais não foram distintos.

Vamos refletir:…  A retomada econômica é uma incerteza, essa sensação de que o piloto sumiu nos faz lembrar o filme, pois mundialmente nunca passamos por uma situação assim. Para os pilotos, assim como para os dirigentes de negócios e os políticos, o perigo de desorientação é resultado do pânico oriundo de conflitos de informação sensitiva. No ambiente de negócios, os instrumentos serão cada vez mais digitais, a empresa cada vez mais digital e as decisões baseadas em instrumentos.

Como a economia é um todo interligado e os países estão interconectados, por mais que alguns setores se reaqueçam rápido, o efeito global continua sendo crítico, pois a maioria dos setores e países vai se recuperar mais lentamente.

Algumas empresas estarão dispostas a utilizar lucros retidos para pagar salários e não despedir ninguém, calcula Pascual Berrone. Ocorrerão situações em que muitas empresas realmente desaparecerão. Por isso é tão necessário que as políticas sejam coordenadas. Significa caminhar juntos e dividir as perdas.

Pensando estrategicamente:… Sairão vencedoras no pós-crise aquelas empresas que conseguirem desenvolver um plano de sobrevivência, conseguirem projetar no mundo que virá depois.

Setores inteiros serão redesenhados. O sistema de saúde será um dos principais a serem transformados. A tecnologia vai permitir que ele seja muito mais ágil e adaptável do que é hoje. O modelo atual é muito antigo, baseado em deslocamentos físicos para consultórios, clínicas e hospitais. Educação também será outro setor que deverá ser reimaginado. Também é baseado em um modelo antigo, de deslocamento para prédios onde aulas presenciais são dadas.

Solidez social é o que o país precisa para seguir em frente com os menores danos possíveis. Durante muito tempo já se ouve falar em transformação dos negócios pela tecnologia digital, muitas vezes chamada de transformação digital.

Como será este novo mundo e que papel poderá desempenhar nele? A força das empresas se materializará na solidez das comunidades das que fazem parte? Fica a pergunta!


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