A sociedade como agente de mudanças

Posted on 20 de setembro de 2017

Sem a participação da sociedade as mudanças não irão ocorrer

Desde o século passado, a participação da sociedade civil organizada nas decisões de Estado foi imprescindível para o nosso país. Um bom exemplo disso são os conselhos nacionais de educação e saúde. Esses grupos são formados pela população em geral e desde 1936 participam da definição de políticas públicas nacionais.

Isso mostra que a união entre a sociedade civil e os governos faz toda a diferença. Através dela, grandes metas já foram alcançadas, e no Brasil não foi diferente. Tivemos, por exemplo, a implantação do SUS. Nosso país é um dos poucos lugares do mundo que disponibilizam um sistema gratuito de saúde para toda a sua população, ainda que com suas falhas. As diretrizes centrais do SUS foram geradas em uma Conferência Nacional, quando o país vivia um processo de redemocratização. Esse amplo debate público embasou, na Constituição de 88, as formulações do sistema, que finalmente foi regulamentado em 1990.

Mas os aspectos positivos da participação da população ainda vão além. Em tempos como o que vivemos hoje – não só no Brasil, mas em todo o mundo – apenas com essa atuação popular é possível conquistar o que realmente precisamos, e, além disso, acabar com a corrupção!

Vários países já mostraram essa força. A comunidade internacional assistiu à decisão dos britânicos de deixarem a União Européia, no ano passado. As eleições tanto dos Estados Unidos, quanto da França, também surpreenderam o mundo. No Brasil, vivemos um impeachment. O povo fez valer a sua vontade. E diante de tantos escândalos, corrupção, roubo e desonestidade, o povo se levantou! No meio do lixo, nasceram flores e no esgoto da política, começou a surgir um alvejante contra a sujeira. A sociedade verdadeiramente cidadã adquiriu força e os acontecimentos recentes mostram como ela pode conduzir reformas.

No Brasil vivemos um momento claro de participação ativa da sociedade nos processos políticos. Estamos vivenciando aqui uma situação parecida com aquela antiga brincadeira: o cabo de guerra. De um lado, uma sociedade organizada, tentando puxar o país para frente, rumo ao futuro, livrando-o das amarras de velha política; e de outro, uma força ingrata que busca enterrar o Brasil, fazendo prevalecer os velhos hábitos da política do compadrio.

Mas para o azar de muitos, a conscientização social está aumentando cada vez mais, e a pressão do povo tem forçando os protagonistas da política a mudarem seus comportamentos e atitudes, já tão conhecidos e repugnados por todos.

Apesar da desordem e corrupção estarem mais ativas do que nunca, a repercussão na mídia e a clara sensação de impunidade também estão, e com isso a aversão do povo cada vez mais aumenta, tornando premente forçarmos o processo de mudanças tanto almejado por todos nós.

Pense estrategicamente! Precisamos, mais do que nunca, nos unir e dessa maneira promover uma assepsia geral na política, exigindo a transparência em contratos públicos, a melhoria dos serviços, o zelo com o povo, a disciplina, a meritocracia, a rapidez no atendimento à população, o planejamento e acima de tudo: a honestidade!

É preciso engajamento e persistência para mobilizar a sociedade e pressionar o Congresso Nacional, bem como o Poder Judiciário, para que as mudanças necessárias possam acontecer no Brasil, e assim deixar bem claro que nem sempre a vida funciona de maneira semelhante a um jogo de xadrez. Pelo contrário. Algumas vezes o peão tem mais força que o rei.


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