Política brasileira: desatando o “nó”

Posted on 8 de fevereiro de 2017

(*) Antonio Carlos de Oliveira

 

O futuro nada mais é do que uma consequência das ações praticadas no presente, já dizia o ditado popular que afirma “colhemos aquilo que plantamos”! O que liga a nossa realidade com o que está por vir é a “ponte” construída diariamente por aqueles que governam nosso país, e são responsáveis pelas decisões que nos direcionam como sociedade organizada.

 

Para prever o futuro é necessário entender o passado e pensar estrategicamente o presente e o futuro! O histórico social, político e econômico do Brasil nos mostra uma cultura de corrupção e exploração desregrada dos nossos recursos humanos e naturais. A atualidade reflete aquilo que plantamos e, hoje, colhemos “mensalão”, “petróleo” e a tão conhecida “operação Lava-jato”, escândalos envolvendo nossos governantes, vinculados aos desvios de bilhões dos cofres públicos, manifestações populares e lutas pela igualdade de raça, gênero e classes.

 

A crise econômica refletida na paralisação das empresas, na redução dos quadros de funcionários e no “medo” de arriscar em investimentos de auto nível, repercutem diretamente na crise social brasileira. Os índices de criminalidade, o desemprego, a inadimplência, e a desigualdade entre as classes, só aumentam e nos colocam em um estado quase que de calamidade pública.

 

Essa somatória de resultados negativos, são reflexos da indefinição política de um país corrupto em que seus governantes pensam de modo individualista e não no bem da sociedade em geral. Essa inversão de prioridades é causada pela tolerância dos brasileiros que aceitam os absurdos cometidos pelos políticos e os consideram como comuns.

 

Tendo conhecimento do nosso presente, nos resta pensar nas condições da ponte que estamos construindo para o futuro. Qual o seu nível de estabilidade? Quais medidas tomamos para que as gerações futuras tenham segurança econômica, social e política? Quem escolhemos para ocupar nossos cargos públicos e como eles pensam? Na ponte que se forma diante de nós passam quantas pessoas: uma única ou um país inteiro? Quem terá direito a esse futuro: todos ou uma parcela pequena de nós?

 

Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do país, disse há pouco tempo que os responsáveis pela construção dessa ponte no momento, investem na construção de uma “pinguela”, com estruturas frágeis e que trazem soluções paliativas em um processo de transição para o futuro.

 

As consequências disso? A ilusão de que tudo ficará bem e que o país vai se reerguer social e economicamente, mesmo que firmado em uma política ainda egoísta! O que podemos fazer para mudar essa realidade? Ter firmeza e pulso para resolver e mudar aquilo que tem o poder de influenciar todas as outras decisões: nossa política. Como? Temos a sorte de vivermos em uma democracia em que decidimos nas mãos de quem colocamos as ferramentas necessárias para destruir essa pinguela, e construir uma ponte firme e larga que nos leve a um futuro estável e, cada vez, mais justo!

 

(*) Analista de negócios e Professor universitário


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