ECONOMIA: PODEMOS VER ALGUMA LUZ NO FIM DO TÚNEL?

Posted on 1 de fevereiro de 2023

Apertem os cintos, quem está no comando …  

Economistas estão vendo luz no fim do túnel, mas há grande insegurança sobre a retomada plena das economias mundiais.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou para 2,9 por cento sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2023, após avanço de 3,4% em 2022. Esse resultado é levemente superior aos 2,7 por cento da projeção anterior. Apesar de parecer uma diferença pequena, isso representa, em números de 2022, mais 199 bilhões de dólares, ou mais de um trilhão de reais, em dinheiro adicional circulando pela economia global neste ano.

O desempenho esperado para o Brasil é um dos piores entre emergentes, a entidade espera crescimento de 1,2% para o Brasil em 2023 o que representa um aumento de 0,2 ponto percentual em relação à edição de outubro do relatório World Economic Outlook (WEO). Para 2024, a projeção é de crescimento de 1,5%, uma diminuição de 0,4 ponto contra sua projeção anterior.

Na avaliação do FMI, a expectativa de desaceleração da inflação em algumas das principais economias e um aumento nas despesas residenciais explicam o aumento da projeção de crescimento para este ano.

Os números na Europa têm desafiado as previsões. A região tem estado sob pressão significativa após a invasão da Ucrânia pela Rússia, já que os altos custos de alimentos e da energia agravaram os gargalos da cadeia de suprimentos. No entanto, os preços da energia arrefeceram no fim 2022, trazendo algum alívio para as economias.     

              O que vale para a economia da Zona do Euro (Países da UE que utilizam o euro) também vale, com alguns ajustes, para os Estados Unidos e os demais países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Todas as economias foram afetadas pelo aumento dos preços da energia e dos alimentos, e pela alta dos custos da economia como um todo.             

Pelo mundo afora as decisões dos juros básicos pelos bancos centrais projetam as seguintes movimentações. Nos Estados Unidos, a previsão é de alta de 25 pontos base, e na Europa, em 50 pontos base.

A China volta ao radar do mercado, promovendo uma recuperação do consumo, o que cria perspectivas favoráveis para as commodities brasileiras.

Lá fora, os mercados asiáticos fecharam em baixa na terça-feira, seguindo os sinais negativos de Wall Street durante o pregão de ontem, já que os investidores estão cautelosos antes das decisões sobre taxas de juros do Federal Reserve (Fed) dos EUA, do Banco da Inglaterra e do Banco Central Europeu (BCE) nesta semana – espera-se que o Fed diminua o ritmo de aumentos das taxas de juros para 25 pontos-base, enquanto os demais devem subir 50 pontos-base cada.

Dados da econômica chinesa frustram as expectativas, o humor negativo foi transmitido para outros mercados. Os ativos europeus e os futuros americanos abrem o dia em queda, com o sentimento dos investidores nitidamente tendendo para uma ansiedade na véspera de tantos eventos – além das reuniões de política monetária, temos ainda dados de crescimento do PIB da Zona do Euro e inflação na Alemanha.

Reflitam comigo: Para nós brasileiros, mais uma semana que promete ser agitada, com as eleições das presidências das casas legislativas, poderão moldar os próximos dois anos do atual governo. Começamos com o tamanho da vitória de Arthur Lira, que se for muito expressiva pode aniquilar adicionalmente as pretensões do Executivo, o que pode ser visto como positivo se encararmos o Congresso como um vetor de restrição aos gastos do PT. O segundo ponto de atenção é a provável vitória apertada de Rodrigo Pacheco no Senado, o que poderá inviabilizar reformas na constituição pretendidas pelo atual governo.

Aqui no Brasil, são aguardadas novidades vindas do evento na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nesta terça (31), que contará com a participação da cúpula econômica do governo.

Os investidores tentam interpretar os próximos passos do BC, que deverá manter a taxa de juros em 13,75% ao ano, mas elevar o tom em se tratando das perspectivas futuros, uma vez que há forte incerteza fiscal no ar, deteriorando em demasia as expectativas de inflação. Não apenas de política monetária se vive o mercado.

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 5,48% para 5,74% para este ano.

Para 2024, a projeção da inflação ficou em 3,9%. Para 2025 e 2026, as estimativas são de inflação em 3,5%, para ambos os anos.

A previsão para 2023 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O BC publicou nota explicando que a inflação só ficará dentro da meta a partir de 2024, quando deverá se situar em 3%, e em 2025 (2,8%). Para esses dois anos, o CMN estabelece uma meta de 3% para o IPCA.

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano variou de 0,79% para 0,8%. Para 2024, a expectativa para o PIB é de crescimento de 1,5%.

A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,28 neste ano, mesma projeção da semana anterior. Para o próximo ano, a projeção também ficou estável, em R$ 5,30.

Pensando estrategicamente: Segundo o Banco Mundial, o aperto adicional das condições financeiras globais também pode levar a um estresse financeiro nas economias mais vulneráveis da região. A inflação doméstica na América Latina e Caribe (ALC) pode ser mais persistente do que o previsto, arriscando um aumento nas expectativas de inflação de longo prazo.

“Controlar a inflação de forma duradoura poderia exigir grandes aumentos adicionais nas taxas de juros. Embora potencialmente necessário, isso pode suprimir ainda mais o crescimento de curto prazo. De forma mais ampla, a previsão de referência indica padrões de vida estagnados na primeira metade da década de 2020, com crescimento médio do PIB per capita de 0,6% ao ano em 2020-24. Isso pode dificultar o combate a uma ampla gama de questões sociais na ALC.”

Dúvidas e questionamentos se desdobram cada vez mais – devemos almejar saná-las e respondê-las pelo bem do Brasil. Afinal, podemos ver alguma luz no fim do túnel?


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