O QUE É MESMO A CÚPULA DAS AMÉRICAS?

Posted on 15 de junho de 2022

A Cúpula das Américas em inglês: (Summits of the Americas) é uma reunião de cúpula entre os chefes de Estado do continente americano criada pela Organização dos Estados Americanos com o objetivo de alcançar um nível maior de cooperação entre os países da zona econômica americana.

A primeira vez que ela aconteceu foi no dia 9 de dezembro de 1994, em Miami, nos Estados Unidos. Nesta ocasião os Estados Unidos apresentaram formalmente a proposta de uma Área de Livre Comércio entre todos os países americanos, com exceção de Cuba. O acordo prevê uma união, no contexto global, de praticamente todos os países da América, que procuram estreitar caminhos de uniões comerciais entre si e o desenvolvimento dos países como a Argentina, Bahamas, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, México, Paraguai, Venezuela, com acordos de diminuição alfandegária e entre outros.

Até aqui, as edições da Cúpula das Américas, ocorreram observando a seguinte cronologia:

A primeira reunião da Cúpula das Américas ocorreu em dezembro de 1994, na cidade de Miami nos Estados Unidos. Sua realização marcou o início de uma nova era no Hemisfério, e a comunidade interamericana decidiu estabelecer encontros periódicos para discutir uma agenda comum. Um dos principais acordos foi reunir esforços para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA).

A Cúpula das Américas para o Desenvolvimento Sustentável ocorreu em dezembro de 1996, em Santa Cruz da Serra na Bolívia. Dando prosseguimento aos temas discutidos durante a “Rio 92”, esse fórum especializado definiu metas para o desenvolvimento sustentável, debatendo temas sociais, econômicos e referentes ao meio ambiente.

 Após quatro anos, em 1998, a segunda reunião aconteceu em Santiago, Chile. Em seguida, em Quebec, Canadá (2001). Um dos assuntos principais desse encontro, foi a criação da Carta Democrática Interamericana para o fortalecimento e proteção da democracia. A Carta Democrática foi adotada em 11 de setembro de 2001.

Uma Reunião Especial de Cúpula das Américas ocorreu em janeiro de 2004, em Monterrei, México. A Cúpula Interina foi convocada para a inclusão de novos líderes no processo, assim como para a definição de objetivos concretos em grandes áreas: crescimento econômico para redução da pobreza, promoção do desenvolvimento social e fortalecimento dos governos democráticos.

 Em sequência a reunião de Mar del Plata, Argentina (2005); Porto da Espanha, Trinidade e Tobago (2009).  Em 2012, o evento foi em Cartagena, Colômbia, e a edição de 2015 na Cidade do Panamá, em Panamá. Por fim, os líderes se reuniram em Lima, no Peru, em 2018.

A Nona Reunião de Cúpula das Américas, ocorreu no início de junho/22 na cidade de Los Angeles nos Estados Unidos.

Reflitam comigo: Esta edição foi a primeira realizada nos Estados Unidos desde sua reunião inaugural em Miami, em 1994. Na ocasião, Washington promoveu a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). A ideia da existência do bloco econômico era eliminar de forma progressiva as barreiras ao comércio e aos investimentos dentro das Américas e circular livremente mercadorias, capitais e serviços. No entanto, o projeto não se concretizou.

O foco dessas reuniões é traçar ações para lidar com desafios e problemas compartilhados entre os países da região.

A edição deste ano é vista, segundo especialistas, como uma maneira da gestão Joe Biden reparar danos e estabelecer diferenças da relação negligente do seu antecessor na Casa Branca, com a América Latina.

É preciso pensar estrategicamente … é neste contexto que Biden, anfitrião da Cúpula, busca reafirmar a liderança dos EUA diante da crescente influência da China – a maior ameaça atual à hegemonia americana – na América Latina. 

Os cinco pilares das discussões estabelecidos pelos EUA neste ano são: Saúde e Resiliência nas Américas; Futuro Verde; Aceleração da Transição para Energia Limpa; Transformação Digital; Governança Democrática.

Como anfitrião, o governo americano teve a atribuição de escolher os convidados para o evento. A ausência de convites para Cuba, Nicarágua e Venezuela, provocou instabilidade diplomática no continente. A medida gerou desconforto entre líderes convidados. O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, negou sua participação no evento, criticando “a política de exclusão que se impõe há séculos”. Presidentes de Honduras, da Guatemala, da Bolívia e do Uruguai foram no mesmo caminho de López Obrador e se negaram a comparecer na Cúpula. 

Ao presidente Jair Bolsonaro o assessor especial da Casa Branca, Christopher Dodd, reforçou o convite e ressaltou a importância da parceria com o governo brasileiro. “O Brasil tem muito a contribuir com esses temas aos líderes de toda a região que estiveram presentes na Cúpula, e valorizaram muito a voz brasileira enquanto discutiam soluções que ajudarão a construir vidas melhores para as pessoas do hemisfério”, declarou.

O assessor também falou sobre as questões mais importantes e compartilhadas de todo o hemisfério e que forram discutidas pelos participantes. “Como a garantia de que a democracia seja uma realidade para cada país, metas climáticas compartilhadas, uma resposta mais colaborativa à Covid-19 e a abordagem mais profunda do crime organizado e da instabilidade econômica. 

Apesar de questionar a vitória de Biden nas eleições de 2020, Bolsonaro, que foi aliado do ex-presidente americano Donald Trump, esteve presente na Cúpula, quando manteve seu primeiro encontro com Biden em Los Angeles. 

De acordo com o conselheiro para assuntos da América Latina do governo americano, Juan Gonzales, Bolsonaro e Biden falaram de temas amplos. Questionado por repórteres se o presidente americano conversou com Bolsonaro sobre o sistema eleitoral brasileiro, Gonzales respondeu que os EUA confiam nas instituições eleitorais do Brasil.


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