ALERTA GERAL! GUERRA DA RUSSIA x UCRÂNIA E A AMEAÇA DE RESCESSÃO MUNDIAL

Posted on 4 de maio de 2022

A cada ano que passa, o peso da influência da economia americana perante o resto do mundo fica menor. Os céticos dizem que a continuidade deste processo é irreversível e inevitável, significando o declínio contínuo e gradual do império americano.

Segundo dados do FMI, a percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) americano no PIB mundial caiu de 23% em 1980, para cerca de 15% em 2021, devendo atingir um valor negativo ainda mais abaixo em 2026.

Para os otimistas este processo é natural e até positivo, pois permite que outros países passem a ter protagonismo com a economia internacional, exercendo responsabilidades globais no contexto da Geopolítica.

Por outro lado, ainda não recuperada dos impactos da pandemia da covid-19, a economia mundial volta a ser ameaçada pela guerra na Ucrânia e pela explosão do preço das matérias-primas, acabando com as esperanças projetadas no início do ano. A recuperação será cortada pela raiz.  “A guerra ocorreu em um momento em que a Europa e os Estados Unidos estavam desfrutando uma excelente recuperação”, observa Jacob Kirkegaard, membro do “think tank” americano German Marshall Fund, em Bruxelas.

A invasão russa “aumentou consideravelmente” os riscos de uma ruptura na economia mundial, admitiu a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. O Fundo Monetário Internacional (FMI) também alertou que reduzirá seus próximos prognósticos, enquanto a agência de classificação de riscos S&P Global previu um declínio de 0,7 ponto no crescimento mundial, para 3,4%, devido ao colapso esperado do Produto Interno Bruto (PIB) russo e dos preços da energia.

É dado como certo que a guerra na Ucrânia deve derrubar a economia russa com as sanções impostas por países ocidentais. Mas a grande pergunta dos mercados globais é o quanto os impactos do conflito no Leste Europeu podem respingar no resto do mundo, do Pacífico ao Atlântico.

Vamos refletir: Keith Wade, economista-chefe da Schroders alertou: “Temos um cenário de risco em que a Rússia continua a ocupar a Ucrânia e volta sua atenção para seus novos vizinhos, provocando tensões com a Europa Oriental (Polônia, Romênia, Hungria, Eslováquia) e os Estados Bálticos.

Há um ano, a inflação vem aumentando: em um primeiro momento, pelas perturbações nas cadeias de abastecimento; e agora, devido à explosão do preço das matérias-primas, que sobrecarregam os custos de produção das empresas e o poder de compra das famílias.

Em relatório sobre os cenários possíveis com a guerra, a consultoria americana McKinsey projeta que, caso o conflito se prolongue e os impactos em setores como o de energia sejam muito extensos, o pior cenário poderia ser até mesmo de recessões na Europa e Estados Unidos.

À medida que a segurança energética sobe na agenda política, Isabella Hervey-Bathurst examina o que a invasão da Ucrânia pela Rússia significa para o investimento em mudanças climáticas.

“As agressões Russa desencadearam uma rápida e fundamental reformulação da política energética europeia, com a segurança energética agora sendo a principal preocupação do continente. No entanto, isso não deve significar que a transição energética tenha sido deixada de lado: longe disso. Talvez tenha sido preciso a terrível guerra e o novo imperativo de segurança energética para finalmente catalisar uma revolução energética.”

A McKinsey projeta que, no pior dos cenários, com a guerra seguindo por mais de um ano e a UE decidindo por sanções proibindo importações de petróleo e gás russos — além da crise de refugiados assolando amplamente a Europa Central —, a economia da zona do euro poderia cair -0,5% em 2022 e 2023.

A crise de refugiados e impactos na cadeia de suprimentos, setor financeiro e fornecimento de alimentos também preocupam.

A inflação europeia neste caso chegaria a 7%, com o barril de petróleo Brent na casa dos US$ 150. Neste cenário, embates moderados ainda seguiriam em partes da Ucrânia até 2024, mas a economia europeia voltaria a crescer após dois anos.

Vamos pensar estrategicamente: Outro fator que preocupa é o endividamento mundial que deve prosseguir crescendo após a aprovação nos Estados Unidos de uma reforma fiscal que provocará um crescimento do déficit orçamentário em um trilhão de dólares nos próximos três anos, elevando a dívida do país a 116% do PIB até 2023.          

“Não há espaço para a complacência”, afirmou Vitor Gaspar, diretor de assuntos orçamentários do FMI, durante a apresentação do relatório “O Observatório Orçamentário”, antes das reuniões semestrais do Fundo e do Banco Mundial. De acordo com o documento, o conjunto da dívida atingiu 1,64 trilhão de dólares em 2016 e representa 225% do PIB mundial. “O mundo se encontra 12% mais endividado que durante o recorde precedente, em 2009”, lamenta o FMI

Nos países desenvolvidos, a dívida está em 105% de seu PIB, o nível mais elevado desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e nos países emergentes alcança 50%, uma proporção inédita desde a crise da dívida dos anos 1980, que atingiu duramente as economias em desenvolvimento. “A experiência demonstra que os governos com mais sucesso são aqueles que se preparam logo que surgem nuvens no horizonte”, disse Gaspar, antes de pedir aos Estados que adotem medidas para evitar problemas em caso de crise.      “Um endividamento e déficit importantes reduzem as capacidades dos governos de responder com políticas orçamentárias que reforcem a economia em caso de recessão”, destacou o FMI. Os países emergentes poderiam ser as primeiras vítimas: “O endividamento se encontra em um nível muito elevado no mundo inteiro e geralmente a dívida acontece em dólares”, recordou o economista chefe do FMI, Maurice Obstfeld.

Os Estados Unidos e o Brasil definem nesta quarta-feira (4) as suas taxas de juros em meio às reuniões, respectivamente, do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) e do Comitê de Política Monetária (Copom). Devido à importância para os investidores, e quando a data das duas decisões coincidem, é chamada “super quarta”.
Nestas condições, caso os Estados Unidos aumentem de maneira mais rápida que o previsto as taxas de juros, os países emergentes sofreriam as consequências.


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