POR QUE A COTAÇÃO DO DÓLAR OSCILA TANTO?

Posted on 7 de abril de 2022

Se você tem convivido em sociedade nos últimos anos, é praticamente impossível que você não tenha lido ou ouvido essa frase pelo menos uma vez – “O dólar está em alta ou o dólar está em baixa”.

A variação do dólar afeta a sua vida? A resposta curta é sim. Talvez você saiba que as moedas estão sempre oscilando, mas entender exatamente por que essas mudanças ocorrem – ou por que isso importa para nós, no Brasil?

Mas você já parou para refletir sobre seu significado? Em tempos de crise econômica, é necessário pensarmos sobre o poder desta moeda na economia mundial e sua influência em nossas vidas – e, para isso, precisamos começar do básico. Afinal, o que é o dólar?

“Dólar” é a denominação da moeda de uso oficial nos Estados Unidos e em outros diversos países ao redor do globo. Atualmente, esta moeda se destaca por possuir o maior nível de circulação na economia mundial. Acontece que o dólar é a referência monetária mundial. Esse papel, que costumava ser ocupado pela libra esterlina, do Reino Unido, tem a ver com a força da economia dos Estados Unidos. Com a Inglaterra atingindo o limite de seu crescimento econômico e os Estados Unidos adquirindo condições econômicas suficientes para sua participação ativa no comércio exterior.

A verdadeira guinada da moeda americana veio com o fim da Segunda Guerra Mundial, vencida pelos países Aliados com grande influência bélica e militar dos Estados Unidos. Além disso, o dólar participou financeiramente da reconstrução da Europa e do Japão no cenário pós-guerra.

Em um passado recente, independentemente da crise econômica que afetou de maneira sensível os Estados Unidos e boa parte das potências mundiais, o dólar não perdeu seu protagonismo, já que as reservas dos países estão nesta moeda e ela é, atualmente, utilizada em transações internacionais em todo o mundo. Além de oferecer mais garantia e menos incertezas, reduzir a influência do dólar no cenário das macroeconomias requereria um risco a ser tomado por todas as Nações.

É claro que essa grande influência nos mercados vem com um preço alto para o governo americano, que precisa lidar com muita cautela nas intervenções econômicas. Embora o Banco Central tenha o poder de aumentar os juros, qualquer alteração pode influenciar mercados parceiros, como a Europa, Ásia e a América Latina – esta última extremamente dependente das variações cambiais.

Vamos refletir: Há três fatores principais que causam essa variação do dólar: Déficit da balança comercial, que ocorre quando o pais importa mais do que exporta, a oferta de dólares diminui, o que puxa para cima a cotação da moeda; gastos no exterior quando um número elevado de turistas brasileiros fora do país gera uma demanda maior por dólares que serão gastos lá fora, e quando os juros americanos sobem, a tendência é que investidores no país levem seu dinheiro para fora, já que os rendimentos lá fiquem mais atrativos.

Por outro lado, os mesmos fatores que causam a alta da moeda americana, se aplicados ao contrário, explicam a queda do dólar em relação ao real – Superávit comercial ocorre quando empresas brasileiras vendem mais produtos no exterior, entrando mais dólares no país, aumentando a oferta da moeda – Gastos de turistas estrangeiros no país, trazendo mais moeda, e quando os juros brasileiros sobem, vale a pena para investidores trazerem seu dinheiro para cá, já que os rendimentos aqui ficam mais atrativos.

Quanto maiores os juros, mais o país se torna atrativo para investimentos, e mais o real tende a se valorizar fazendo o dólar cair. E quanto menor o risco brasileiro, mais atraímos capital, o que também faz o real subir.

É importante ressaltar que, na economia, o cenário vantajoso muda de acordo com as circunstâncias e objetivos do país a cada determinado momento.

O Brasil é um país que possui um largo histórico de oscilações na cotação do dólar, tendo enfrentado intensas crises cambiais desde a criação de sua moeda atual – o Real.

O objetivo final do país é atrair os investidores estrangeiros e valorizar o real frente a outras moedas, a fim de mantê-lo em um ponto de equilíbrio. “Nós temos um câmbio que exagera para um lado, e exagera para o outro”, diz Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos. “O bom seria o real ter uma flutuação com menos picos, para podermos fazer escolhas futuras sem encontrar oscilações loucas.”

Atualmente, podemos associar as oscilações na cotação do dólar ao momento instável vivido pelo cenário político mundial.

Economistas também relacionam o cenário econômico brasileiro ao fato de que o ano será marcado pelas eleições que ocorrerão em 02 de outubro próximo.

Pensando estrategicamente… Afinal, por que ligamos tanto para o dólar se a nossa moeda é o real, por que o dólar importa tanto para a economia brasileira – e ao resto do mundo?

Fica cada vez mais claro que não podemos, enquanto Nação, continuarmos entregando nossa economia às margens dos mares da incerteza e das indecisões políticas. As constantes oscilações na cotação do dólar são mais um reflexo negativo do cenário político e institucional no qual estamos inseridos, e as consequências disso são severas: a alta da inflação, e a dificuldade em manter o real estabilizado.

Com as variações constantes do dólar, muitos são os brasileiros que ficam confusos. A maioria das pessoas acham que esse é um lado da economia que sequer os afeta — com exceção do público que constantemente planeja viagens para o exterior. Para além do efeito mais aparente no bolso do brasileiro que gosta de viajar, a cotação do dólar impacta preços de itens do dia a dia e é um reflexo de vários fatores na economia

A realidade, porém e que as oscilações na cotação do dólar, trazem consequências imediatas para nossas casas e nossas empresas. O povo já não suporta mais que o comportamento de uma moeda “mexa” tanto com a vida do país. Afinal: Por que a cotação do dólar oscila tanto?


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