Inovação e sobrevivência das empresas familiares

Posted on 11 de outubro de 2017

Alterar, modificar, variar, converter, transmudar. Deslocar para outro lugar.

Transformar faz parte da essência de qualquer organismo, seja ele vivo ou organizacional. Se você, por exemplo, tem a ilusão de que não se transforma a cada minuto, está errado! Tudo e todos estão em um constante processo de modificação, seja positiva, negativa, intencional ou involuntária.

Sejam elas alterações políticas ou sociais, econômica, ou de hábitos, costumes e práticas culturais e até mesmo tecnologias, as transmutações são fundamentais para que, no caso das empresas, essas sobrevivam ao cenário atual. Resistência, nesse caso, não levará a local algum a não ser o de falência, seja hoje, amanhã, daqui 2 anos ou uma década. E nesse caso, o pulo do gato é tomar consciência, controlar e extrair o melhor das pessoas em relação aos acontecimentos futuros. E parar de tentar evitar o inevitável.

Mas mudar nunca foi e nem será fácil, ainda mais quando essas alterações podem acontecer de maneira multifatorial, afetando as empresas como um todo. As mudanças podem ser estruturais, comprometendo diretamente a hierarquia da empresa de cima a baixo; podem ser estratégicas, na busca de melhores resultados através de soluções distintas do que tem sido feito há anos; operacionais, que certamente terminarão aprimorando ou substituindo processos; ou até mesmo táticas, de maneira a contribuir para que as aplicações dessa organização sejam feitas de maneira mais eficiente. Na prática, isso significa a criação de uma nova área ou dissolução de outras, a alteração de hábitos na rotina da empresa e a implantação de novas tecnologias, por exemplo.

E aí pode estar a chave que começa a abrir todas as portas: o avanço tecnológico. Não adianta tentar nadar contra a maré. Com o crescimento da Internet e a globalização, a tecnologia e a inovação passaram a ter um papel especial nos negócios e na administração das empresas familiares, servindo como suporte para novos modelos empresariais e como estopim para processos sucessórios. Hoje, somente através da tecnologia, é possível conhecer melhor o ambiente competitivo que a empresa está e gerenciar as informações de maneira que ajudem os administradores a tomarem decisões acertadas – o que antes era feito apenas no feeling e na prática de mercado. E a inserção dessa ferramenta em empresas familiares, geralmente se dá com a chegada dos sucessores no processo de administração dessas organizações.

Mas tantas mudanças assim não são fáceis de serem enfrentadas.

Esse é um momento delicado. Mas trata-se da manutenção da fonte de renda para sustentar a família, e da continuidade do sonho do empreendedor que fundou a sua empresa. A melhor opção, pensando estrategicamente, é que se perceba a necessidade urgente de encaminhar esse tema da sucessão antes que a surpresa seja maior e afete a saúde não só do negócio, mas também das relações familiares.

Nesse sentido, evoluir para um organograma em que os fundadores já não estão mais no comando, é, portanto, um grande e tenso passo a ser dado, pois se trata de garantir que a empresa continue sólida e saudável, mas agora na mão de irmãos mais novos, filhos ou parentes mais jovens.

Não podemos esquecer que as empresas familiares representam uma parte significativa da economia brasileira, e que além de ser o sonho do fundador, perpetuá-las é fundamental para equilíbrio da economia do país. E essa responsabilidade está nas mãos de uma nova geração.

Esses mesmos jovens, que possuem pouco mais de 20 anos, estão dispostos. Estão acostumados a executar múltiplas tarefas e não querem perder tempo. São imediatistas. Possuem também o ímpeto e a coragem necessária para arriscar. Tais características são fundamentais para que o negócio inove e busque modernidade, tornando-o competitivo dentro do mercado. Além disso, percebendo a crise e o crescimento do mundo digital, os jovens querem se capacitar para colaborar e deixar a sua marca na gestão das empresas de suas famílias.

Abrir o próprio negócio, gerir com eficiência e trasformá-lo em um empreendimento bem-sucedido já foi feito. Agora, executar tudo isso, transformando gestões e processos e gerindo um negócio que já existe, pode parecer mais fácil, mas é um desafio igualmente árduo. O segredo, talvez, seja dosar a jovialidade, impetuosidade e energia, junto ao espírito de liderança, pés no chão e sabedoria dos não tão modernos, mas extremamente vitoriosos, que, do pó, construíram o castelo que hoje está sendo redecorado.


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